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O Mundo

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  O  mundo. Ah… essas duas palavras tão gastas! Comecemos por elas. O mundo — dizem — está completamente louco, e já nem sabemos se o azul que se reflete como céu é uma tela de alguma tecnologia extraterrestre ou o sorriso de um deus ressuscitado de milênios esquecidos. Este nosso mundo ameaçado por pragas, armamentos, vírus, desastres naturais, aerólitos e, para completar, alienígenas. Este mundo povoado de loucos, políticos desvairados e religiões fracassadas. Este pequeno planeta. Este mundo. Mas também um mundo que continua surpreendendo pela sua perseverança e pela teimosia quase infantil de sobreviver apesar de tudo. Apesar do aquecimento global — e, pior ainda, do aquecimento midiático sensacionalista internacional. Um mundo que sobrevive fazendo malabarismos entre uma multidão de guerras pré-fabricadas e dois bilhões de vídeos ensinando meditação em infinitas versões. Mas afinal, a que nos referimos quando dizemos “O Mundo”? Porque o mar continua ali. E as montanha...

O silêncio

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M e pergunto até onde o silêncio é pai da injustiça e irmão da covardia. O silêncio costuma ser apresentado como uma virtude serena, um bálsamo para evitar contendas, um dom dos prudentes, um altar onde se oferece a paz. Mas será realmente assim em toda circunstância? Ou será que, em certas ocasiões, o silêncio se torna o berço onde crescem as sombras, o ninho onde se incubam as injustiças e o sudário que encobre a verdade? O silêncio tem dois rostos. Um é santo: é o silêncio contemplativo, o silêncio que escuta, o silêncio que cura, o silêncio que evita a ferida desnecessária. Esse silêncio é oração, é sabedoria, é a respiração profunda da alma que se recolhe para agir com clareza. Esse silêncio é filho legítimo da prudência. Mas existe outro silêncio —o que inquieta, o que dói, o que trai—. Esse silêncio nasce do medo: medo do julgamento, medo de perder privilégios, medo de carregar a cruz da testemunha. Esse silêncio é uma aliança tácita com o mal, ainda que quem o guarda não o ...