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A Profecia Silenciosa da Favara

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 A quela foi a minha primeira viagem à Itália, e o meu destino era a Igreja de Maria SS. della Favara, em Contessa Entellina. Mas eu ainda estava muito longe de compreender que nada, nesta vida, acontece por acaso. Eu apenas deslizava pela superfície das águas, sem ter mergulhado, ainda, na imersão batismal das profundezas do espírito. Faltavam anos para isso — e eu nem suspeitava. O essencial, porém, é que eu permanecia na água, movendo os braços com um desejo de nadar que nascia — Deus sabe de onde. Eu era uma ocidental típica do meu tempo: prática, ocupada no concreto, atenta às respostas imediatas. Uma artista à procura de formas. Um ser humano sedento de mundo. Uma mulher tentando definir o seu lugar. Por isso, que o meu destino fosse a Igreja de Maria SS. della Favara… nada me dizia. Ainda. Outra teria sido a história se eu tivesse consciência. Mas não existe consciência fora do tempo: há apenas uma consciência do passado que se revela no futuro, enquanto atravessa silencio...