O Nascimento
Nem todo nascimento se vê; alguns apenas se percebem quando já começaram a nos deslocar por dentro. O s cristãos orientais “creem” naquilo que a Tradição afirma ter sido visto e vivido por aqueles que viram e viveram. Bem valha a redundância. Eles tomam o Evangelho como a Voz de Deus que fala a partir dos fatos da vida de seu Filho Primogênito, e é exatamente nesse ponto que Jesus se torna fronteira do tempo, começo e fim, alfa e ômega daquilo que nos foi manifestado. Do que aconteceu e se fez história; do que foi palavra e se fez Verbo; do que se revelou aos olhos e se fez carne. Não explicamos o que não entendemos, mas também não o negamos. Por isso, muitas vezes, aos olhos da sensibilidade ocidental, parecemos irracionais. No entanto, o que ocorre é que não tememos parecer irracionais; tememos, sim, parecer insubstanciais. Há coisas que jamais serão revelações coletivas; há experiências que são pessoais e que, ainda assim, continuarão impossíveis de explicar. O próprio Cristo ...