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Quando a Realidade Reclama o Seu Trono

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  Q uando finalmente decidi escrever este Blog —depois de tantas postergações; tantas!— já não sei se o que faço hoje é o resultado frio de uma decisão executada sem tremor, ou a necessidade quente de algo que vem insistindo por dentro, martelando sem trégua. Seja como for, aqui vou eu . Porque, no fim das contas, das coisas realmente importantes da nossa vida, quase sempre somos inconscientes e alheios. Não fomos conscientes do nosso nascimento, e tampouco fazemos a menor ideia do dia da nossa morte. No entanto, existe uma sequência exata de fatos —conexos, coerentes e quase inevitáveis— que vale a pena expor. A primeira coisa a dizer, para começar, é que embora saibamos que a única coisa permanente é a mudança , esse conhecimento costuma ficar guardado automaticamente na gaveta do meramente filosófico: uma gaveta que só abrimos para exibir um pouco de brilho intelectual diante dos outros. Mas quando essa verdade que todos conhecemos —e que guardamos como bagagem quimérica, qua...

Quando Um Só Acorda, Todos Se Movem

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  "A solidão é uma ficção inventada pelo ego; a unidade é o que somos antes de qualquer escolha." “ E se, como no passado, o remédio fosse marchar lado a lado e no mesmo passo? E se as forças individuais —tão fracas e impotentes quando isoladas— se condensassem na forma de uma posição e de uma ação coletivas? Poderíamos, juntos, alcançar aquilo que nenhum homem ou mulher sonharia conquistar sozinho? Talvez... O problema, porém, é que essa convergência e essa condensação de preocupações individuais em interesses comuns —e depois em ação conjunta— constituem uma tarefa titânica, pois os problemas mais comuns dos ‘indivíduos-por-destino’ não são aditivos. Eles não se deixam somar numa ‘causa comum’. Podem ser reunidos, mas não se solidificam.” — diz Zygmunt Bauman em Modernidade Líquida — e isso me leva imediatamente a pensar em situações concretas e cotidianas. Leva-me, de maneira inexorável, à ideia de que não haveria destino como tal se não existisse uma índole huma...

O Mundo

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  O  mundo. Ah… essas duas palavras tão gastas! Comecemos por elas. O mundo — dizem — está completamente louco, e já nem sabemos se o azul que se reflete como céu é uma tela de alguma tecnologia extraterrestre ou o sorriso de um deus ressuscitado de milênios esquecidos. Este nosso mundo ameaçado por pragas, armamentos, vírus, desastres naturais, aerólitos e, para completar, alienígenas. Este mundo povoado de loucos, políticos desvairados e religiões fracassadas. Este pequeno planeta. Este mundo. Mas também um mundo que continua surpreendendo pela sua perseverança e pela teimosia quase infantil de sobreviver apesar de tudo. Apesar do aquecimento global — e, pior ainda, do aquecimento midiático sensacionalista internacional. Um mundo que sobrevive fazendo malabarismos entre uma multidão de guerras pré-fabricadas e dois bilhões de vídeos ensinando meditação em infinitas versões. Mas afinal, a que nos referimos quando dizemos “O Mundo”? Porque o mar continua ali. E as montanha...